terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CURTAS E BOAS - I

O peido de Efigênio
Certa vez, Alenxandre do Saco me contou um causo que passo a narrar aqui.
Em razão de Efigênio, irmão de Alexandre, urinar na rede, todas as noites, em certa hora a mãe chamava o filho para urinar.
E em um determinado dia, ao se aproximar da rede de Efigênio, este soltou um peido daqueles bem fedorento.
Ao se aproximar disse: - Efigênio meu "fio" levante pra mijar, e sentindo a catinga do peido completou: - e pra cagar também bicho.
Escola dos Gatos
Na escola dos gatos, o aluno considerado mais inteligente da classe, era Elizeu.
Certa vez mandado assoletrar "borracha funda", ele respondeu: burra-burra-racha- racha-xo-lengo-lengo-ro-pé.
Mandado assoletrar "angico", ele diz: an-gi-ca-ra-pi-to. e, assoletrar "cavalo melado", ele responde: tixa-tixa-lagatixa-lengo-lengo - calango mele o cu com farinha cavalo melado.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

DE JAPONESAS PARA HAVAIANAS

DE JAPONESAS PARA HAVAIANAS
Antigamente as sandálias eram feitas artesanalmente com couro cru ou solado de pneu. Depois passaram pelo processo de evolução da alpercata para as "japonesas".
Desde que me entendo de gente que uso sandálias japonesas como era conhecida aqui na região. Antigamente sandália de pobre. Hoje de todos.
Segundo o jornal "Der Tagesspigel" (Alemanha), com uma havaiana eu posso andar 2500 kilômetros sem detona-las, sem perder sua capacidade de evitar escorregões e permanecer à prova d'água. Só mesmo os alemães que adoram estatistícas. O importante é ter controle sobre tudo.
Certa vez Sylvia Cessarino me contou que a primeira pessoa a trazer sandálias japonesas para vender em Santa Luzia foi o seu pai Antônio Cessarino durante os primeiros anos da década de 50.
No ano de 1952 Antônio Cessarino comprou em Campina Grande sandálias havaianas importadas do Japão e as vendia no varejo pela região do Quipauá.
Um "causo" interessante que me contaram também foi sobre João Alviano da Nóbrega (Dudé de Pinino), que juntou dinheiro e comprou um par. Só tirava dos pés à noite pra dormir. Após lavá-las colocava em cima do rádio (Canarinho, a voz de ouro), que era o móvel mais chique da casa. E aí de daquele que tivesse o atrevimento de pega-las e muito menos calçá-las.
Leonardo Cézar Ferreira

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Surdez e Cegueira

Em conversa com minha Fonoaudióloga, Dr. Laurinda, de João Pessoa, surgiu a idéia de eu escrever sobre minha experiência
Ora, o que posso dizer? Somente outro indivíduo que como eu tenha deficiência auditiva o que é usar um aparelho auditivo; você volta a pertencer ao mundo dos que ouvem, podemos mesmo dizer, volta ao mundo dos vivos.
Ser surdo, ou parcialmente surdo como sou, é um estágio de vida muito deprimente, muito acabrunhado. Logo que você começa a ter contato com os aparelhos auditivos, se sente outro ser. Parece que a vida recomeçou. Poder ouvir. Só sabe o quanto isso é gratificante, aqueles que como eu padecem dessa deficiência. Eu comparo a surdez com a cegueira. Alguém disse: cegueira afasta o homem das coisas, a surdez afasta o homem do homem. E é um fato. Você está - sem as próteses auditivas - em uma reunião, onde todos falam, fica completamente isolado, nada entende. Usando os aparelhos auditivos você fica apto a recorrer ao convívio das pessoas, capacitado para seu trabalho e satisfeito com você mesmo. É uma experiência que somente aqueles deficientes auditivos como eu, poderão vivenciar.
Posso e devo apesar dos meus 90 anos bem vividos - sou deficiente auditivo desde os setenta e tantos anos - só depois que comecei a usar próteses é que pude sentir novamente a presença do mundo dos sons. E, por isso, sou muito grato a aqueles que recomendaram o uso de tais aparelhos e a equipe da Audibel, especialmente a doutora Laurinda que me fez chegar onde estou hoje ouvindo, o que é muito gratificante.
Mario Ferreira de Medeiros
Artigo publicado no site da Audibel, em 20 de Maio de 2010.