quinta-feira, 19 de abril de 2012

Rigoberto de Souza I

O Sabugy Esporte Clube do Mestre Rigoberto


A cidade estava toda lá.
Quase.
Dona Francisca não quis ir ver.
Jogo em 1948 na Paraíba era assim.
Vida ou morte.
Amor à camisa.
Vitória?
Feriado Nacional.
Pois com as distancias.
Sabugy era um país.
Derrota?
Tristeza infinita.
Destas que nem chuva no sertão resolve.
O campo de jogo era infinito.
Quente.
Latifúndios dos heróis da cidade.
Entre os tantos heróis daquele dia.
Um herói vinha de longe.
Um certo Rigoberto.
Depois das batalhas da Itália.
Esse jogo de vida e morte era batalha de menos.
Um Monte Castelo sertanejo.


Rigoberto de Souza, aos 90 anos

Escrito por Roberto Vieira.
Extraido de O Blog do Rigoberto (http://oblogdorigoberto.zip.net/)


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Bilhetes para Zezé Meideiros

Bilhetes

Quando João Suassuna era Presidente do Estado da Paraíba (1924 - 1928), este enviou dois bilhetes (em datas diferentes) para José Joviano de Medeiros (Zezé Medeiros), que era Prefeito de Santa Luzia e farmacêutico pratico além de amigo pessoal.

Então depois do falecimento de Zezé Medeiros ter falecido, Mário Ferreira ficou de posse dos mesmo e caindo no esquecimento.

Primeiro Bilhete:


De Manhã, 11-8-928

Caro Zezé

               Dentro de poucos dias, passarei por ahi e como não sei se demoro, conforme a hora que ahi tiver, peço-lhe que prepare umas duas garrafas de remédio contra carrapato, da sua fórmula, para eu conduzir para a Malhada da Onça. Quero combater em principio nas rezes atacadas ou parasitadas inda que persista com esse neblineiro.

             Agradecimentos do amigo,

J. Suassuna


Segundo Bilhete:


Zezé,

        O chauffeur Severino vai à Catolé com minha ordem, caso precise de algum combustível forneça.

        Do amigo,

J. Suassuna


José Joviano de Medeiros (Zezé Medeiros)



Acervo particular de Mário Ferreira de Medeiros

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Marcas da Ditadura

A falsa Certidão de Óbito de
José Maria Ferreira Araújo


A certidão de óbito de José Maria Ferreira de Araújo foi assinada pelo médico Sérgio Belmiro Acquesta, personagem típico de um país à sombra do arbítrio.


Paulistano de ascendência italiana, formado em medicina pela primeira turma do campus de Sorocaba da PUC/SP em 1956. Acquesta ingressou no departamento médico da Villares nos anos 60. Permaneceu até o início da década de 90. No mesmo período fez carreira como legista no Instituto Médico-Legal de São Paulo.

Nos plantões do IML, atuava nas necropsias de presos políticos em companhia de outros colegas citados no relatório do projeto Brasil Nunca Mais, levantamento coordenado pela Arquidiocese de São Paulo sobre a tortura praticada na ditadura.

No laudo de José Maria Ferreira Araújo, codinome Edson Cabral Sardinha, consta que o mesmo faleceu ao dar entrada na Delegacia Distrital, em decorrência de um mal súbito,  quando foi preso pela Operação Bandeirantes.


Cópia do Laudo Médico da causa morte de José Maria, assinado pelo Dr. Acquesta.



Postado por Francisco Roberto Ferreira.
Fonte: Revista Época (10 de março de 2003, p. 64)