segunda-feira, 7 de março de 2011

NOS CARNAVAIS PASSADOS



Nos Carnavais Passados




Não podemos esquecer uma coisa que está documentado em fotografias: nosso pai foi um grande folião. Eu não me lembro dele brincando carnaval (por que parou? parou por que?), mas lá casa tem muita foto dele, moço participando de blocos ou fantasiado. Lembro de fantasias de Zorro, Batman e, salvo engano, até de Tarzam. E, no carnaval, quando não era proibido, ele até nos abastecia de lança-perfume.
Acho que o menos carnavalesco da família sou eu. Nem de música de carnaval eu gostava, até que por volta de 1999, participando de um grupo de discussão de música, os integrantes começaram a lembrar as velhas marchinhas e aí me veio um estalo: a causa da minha rejeição à música era o hábito de "mãinha" acordar a gente, em Santa Luzia, com o rádio sintonizado nas rádios de Recife, que tocavam muito Capiba, Nelson Ferreira, Claudionor Germano e Expedito Baracho (o dele é com X). E aí, na lembrança, o que parecia ruim, na verdade, era muito bom. Agora, quando toco esses discos que sai catando com avidez, sinto saudade dos cheiros que completavam essa sena: o café sendo coado e do leite derramando na chapa do fogão.
E aí, nos discos, fui descobrindo que o poeta escrevera:
(...)
Até as viuvinhas
do artista James Dean
vieram incorporadas
hoje a noite está pra mim
E eu entendia:
(...)
Até as viuvinhas
do artista James Dean
moral em concordata
hoje a noite está pra mim
Fazer o que? Eu estava com sono, sendo acordado à força.
Carmélio Reynaldo Ferreira

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