Antigamente, quando o território do município de Santa Luzia englobava os atuais municípios de São Mamede, Várzea, São José do Sabugy (!) e Junco do Seridó, fazia sentido se fazer uma referência ao Rio Sabugy, seu pretenso maior curso d'água.
O equívoco, provavelmente, provém do fato de um antigo mapa do IFOCS, de 1913. Elaborado por alguns ingleses, mostrava o Rio Quipauá como afluente do Rio Sabugy. Verificando os mapas atuais, mesmo com o olho de leigo, constata-se que nem uma gota d'água do município de Santa Luzia vai para o Sabugy.
Os dois rios nem se tocam!
O Quipauá tem sua origem na confluência dos rios Chafariz, do Saco e Riacho do Fogo, mais ou menos onde foi construído o açude José Américo (Açude Novo), seguindo em direção ao norte passando por Ouro Branco - já no Rio Grande do Norte - e desembocando no Rio Seridó, pela Barra Nova, no município de Caicó, onde serve o açude Itans com a água da terra de Isidoro Ortins e Geraldo Ferreira da Neves. Daí, talvez, a indissolúvel ligação do povo, além do fato de serem todos Medeiros, portanto, parentes.
Já o Sabugy nasce na Borborema, no território de São Mamede, segue por Ipueiras, São João do Sabugy e desemboca no Seridó muito a jusante do Açude de Itans, perto de São Fernando, já a procura do Rio Piranhas.
Historicamente existem inúmeras referências sempre ligando Santa Luzia do Quipauá. Por exemplo, no livro de Olavo Medeiros, Cronologia Seridoense, e em outras menos célebres. Aliás, dizem, está até na própria sertidão de nascimento da cidade, quando Geraldo Ferreira das Neves cedeu um pedaço de terra para o patrimônio da igreja, mas isto é assunto para historiadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário